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Com aulas suspensas, pais buscam alternativas para cuidar dos filhos

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo Pessoal
Marlei, mãe de Vicente, acabou perdendo o emprego ao tentar conciliar o home office com a maternidade

A reabertura do comércio de itens não-essenciais em Santa Maria em meio à pandemia do novo coronavírus preocupou as famílias que dependiam das escolas para deixar seus filhos enquanto trabalhavam. Com a suspensão das aulas prorrogadas para 30 de abril e a incerteza do retorno na modalidade presencial, os pais precisam pensar em outras alternativas para o cuidado com os pequenos para voltar ao trabalho. 

Marlei Hartmann, 38 anos, não conseguiu conciliar o home office com a maternidade. Segundo ela, a empresa alegou diminuição da produtividade, o que resultou na sua demissão. Antes, o filho Vicente, de 1 ano, ficava em uma escolinha da rede privada enquanto os pais trabalhavam. Com as medidas de isolamento, Marlei e o marido, Valdecir Dutra Melo, 42 anos, passaram a trabalhar em casa. Ela trabalhava no setor administrativo de uma empresa de atacado de itens de segurança. O marido trabalha para uma instituição financeira.

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Marlei diz que priorizou os cuidados do filho e acabou fazendo uma escolha, já que pensava em migrar de carreira. Formada em administração, ela agora pretende reingressar no mercado como analista corporal e comportamental. Para isso, está concluindo uma formação EAD.

- Eu já me sentia dividida entre trabalho e o meu filho. Poderia ter me dedicado mais ao trabalho, mas teria negligenciado o Vicente. Agora estou o tempo todo com ele. Mesmo sem renda, estou amando, pois ele está em uma fase muito legal, aprendendo a formular frases, etc - detalha.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo Pessoal
Paola terá que romper o isolamento com a mãe dela para deixar Pietro, de 4 meses

QUEBRA DO ISOLAMENTO
A bacharel em Ciências Contábeis, Paola Silveira Borin, 26 anos, é empregada em um escritório de contabilidade e dona de uma empresa de mudanças. Mãe do Pietro, de 4 meses, Paola terá que romper o isolamento com a mãe Sandra, 55 anos. É que, sem a opção de escolinha, o retorno pós licença maternidade vai depender da avó.  

O escritório onde Paola trabalha já reabriu as portas, como todos os setores de comércio de bens e serviços. A contadora retorna ao posto amanhã. O marido Leonardo, 30 anos, também é bacharel em ciências contábeis. Como a empresa dele vai trabalhar em sistema de revezamento dos funcionários, Leonardo também vai tomar conta de Pietro quando não estiver trabalhando.

Paola teme que a nova configuração traga riscos para a família:

- Minha preocupação é grande, porque, mesmo com todo cuidado que estamos tendo, a empresa também oferecendo meios de proteção, nunca sabemos se estamos levando o vírus pra casa. Meu maior medo é passar o vírus para o meu filho, para a minha mãe, e para toda a família.

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EMPREGABILIDADE
A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Maria (CDL), Marli Rigo, diz que depois de manter as portas fechadas durante dias garantindo os vencimentos dos colaboradores, os empresários precisam se preocupar com a empregabilidade neste momento. Segundo ela, a flexibilização de horários para dialogar com a necessidade dos chefes de família nem chegou a ser pauta no meio. A discussão, segundo ela, é se os negócios vão sobreviver em meio à crise: 

- Penso que a solução terá de ficar na mão das famílias. Nada impede que o empresário que tiver essa condição, negocie que pais e mães trabalhem em turnos que possibilitem o cuidado das crianças, já que estamos operando com horário reduzido, mas este tema não cabe a nós.

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A Eny Calçados, que tem cerca de 260 funcionários distribuídos em 12 lojas entre Santa Maria e Santa Cruz do Sul, diz que antes da pandemia já flexibilizava a escala para que os pais levassem ou buscassem os filhos na escola, ou quando não havia familiares para recorrer. A empresa, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que não houve demanda de pedidos neste aspecto no retorno do funcionamento do comércio:

- A maioria (dos pais) conseguiu estabelecer uma rotina em relação às crianças. Mas os gerentes têm a liberdade de flexibilizar, dentro do possível, as escalas, caso os colaboradores tenham algum contratempo. Por enquanto não foi necessário pensar em outro tipo de medida - comunicou a empresa.


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